No âmbito da celebração do Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor, dia 23 de Abril, foi realizada uma sondagem sobre os hábitos de leitura dos portugueses, pela Marktest.
A sondagem foi efectuado no continente a pessoas com 18 e mais anos, e era composta por duas questões. A primeira teve que ver com o conhecimento dos hábitos de leitura num período recente (último mês): "no último mês leu algum livro, ou está neste momento a ler algum livro?". As respostas a esta questão permitem afirmar que, na faixa etária inquirida, a classe social diferencia, pois é a variável que revela comportamentos mais diferentes entre os indivíduos.
O estudo mostra que 63% dos adultos não leram um livro no último mês e que as mulheres lêem mais do que os homens. 36.9% dos inquiridos neste estudo revelaram estar a ler um livro ou tê-lo feito no último mês, em contraste com os 63.1% de entrevistados que respondeu negativamente a esta questão. As percentagens de adeptos dos livros sobem junto das mulheres (40.7% delas referiu ter lido ou estar a ler algum livro), dos indivíduos entre 35 e 44 anos (48.0%) e dos residentes na Grande Lisboa (42.8%) e no Grande Porto (42.0%). Entre as classes sociais, encontramos, como referido, mais diferenças, com os valores a oscilar entre os 64.5% observados junto dos que pertencem às classes sociais alta e média alta, os 41.9% junto dos indivíduos da classe média e os 22.7% junto dos que pertencem às classes média baixa e baixa.
A segunda questão era sobre o o título de leitura mais recente Neste aspecto os romances são as obras preferidas de um terço dos leitores. "O Equador", de Miguel Sousa Tavares, é o título mais referido como a leitura mais recente. As referências dispersam-se por muitos títulos diferentes, mas os mais citados são "A Bíblia", "A Viagem do Elefante" de José Saramago, "As Palavras que Nunca te Direi" de Nicholas Sparks ou "Maddie: A Verdade da Mentira" de Gonçalo Amaral.
Segundo uma anterior sondagem efectuada pelo Eurobarómetro, referentes a 2007, Portugal é o segundo país da Europa onde se lê menos livros. Em concreto 49 por cento dos portugueses não leram um livro no ano anterior, numa percentagem só ultrapassada por Malta.Outro estudo do Plano Nacional de Leitura, publicado em 2007, chegou a conclusões semelhantes sobre os hábitos de leitura dos portugueses. Cerca de 52% dos portugueses admitiu não ter lido um único livro no ano anterior e o preço era uma das principais justificações para mais de metade dos leitores.
O presidente da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros - APEL, Rui Beja, admite que os livros são caros comparando com outros países, mas culpa o pequeno número de leitores. Rui Beja explica que «as tiragens reflectem-se num mercado que é restrito e isso faz com os livros não possam ter um preço tão baixo como nos mercados de grande dimensão com níveis de literacia e hábitos de leitura bastante superiores aos que temos em Portugal».
Isabel Alçada, Comissária do Plano Nacional de Leitura, partilha da mesma opinião e dá o exemplo dos países do Norte da Europa, onde uma população com maior formação escolar aumenta o número de leitores, diminuindo o preço dos livros.
Baseado nas fontes: TSF - 24-4-009 Marktest -21-4-009Etiquetas: Bibliotecas e Sociedade, Livros e Leitura, Plano Nacional de Leitura |